quarta-feira, 23 de abril de 2014

Sobre o livro deixado no fundo do mar.

Ele em um ato sem pensar foi na loja mais próxima e comprou um escafandro, o mais belo que tinha, pagou no seu cartão internacional e em 34 prestações.
Uma semana antes havia jogado uma garrafa no mar, dizendo vejo-a no coral onde nos conhecemos, ele teve o trabalho de imprimir suas poesias em folhas impermeáveis com tinta que não borra.
No dia marcado vestido no escafandro como se fosse traje de gala, pegou o ônibus sentido o litoral, os 55kg pesava menos que sua ansiedade.
Sua chegada até o coral, não sabe explicar, os olhares e perguntas parecem que nunca existiram, e tudo isso fez sentido quando ele a viu sentada no coral sua calda reluzente e seu olhar meio Capitu meio Medusa, lhe esticou os poemas ela os pegou da sua mão deu uma olhada e sorriu.
Ele agora só é lembranças olhos e sorrisos, dizem que vive a vagar por casa caiada com um sorriso bobo na face e o escafandro bronze em mãos!

 [Esse texto precisa de correção e talvez uma ilustração: aguardando minha preguiça ir embora]