quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Marcador

O Livro saiu de um estante de uma boa livraria da cidade e foi direto para a estante de uma casa da alta sociedade. Ele estava lá entre centenas de outros livros, nele apenas existia a história ali impressa, não havia nenhuma marquinha nem uma pequena orelha em nenhumas de suas folhas, talvez nunca tivesse sido folheado.
Em um sábado qualquer que se passou, ele continuava ali entre os inúmeros livros e foi escolhido com promessa de devolução certeira. Em uma semana, já tinha certa personalidade, não foi descaso, mas ele já estava levemente amassado na parte de cima das folhas, ondulação causada pela chuva que levou quando subia o morro de volta para casa. Todos os dias pela manhã e a tarde era aberto, era fechado, isso lhe causou um imenso vinco em sua lombada, sua capa já estava com pequenos riscos e com marcas de digitais, mas agora ele tinha uma história não apenas a história que ali sempre esteve impressa. Talvez se tivesse consciência, não ligasse pelas marcas de conviver, pois nas horas que era fechado ele era abraçado e apertado sobre os seios de sua leitora e se pensasse enfim, de verdade, concluiria que estantes não são lugar de livros!!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Avenida

              Sentada, sozinha em um canto de uma avenida movimentada ela observava dezenas de carros, ou melhor,centenas deles, seguiam vários sentidos da cidade com seus faróis a brilhar e suas buzinas ensurdecedoras. Em cada carro pelo menos uma vida, uma história, talvez cheias de aventuras e outras tão vazias feito a sua.

Não! Não é que a sua vida seja vazia, ao contrário, ela é cheia, muito cheia de encontros e desencontros, de amores e desamores e de alegrias e tristezas. Mas ela não denominou vazia a sua vida, ela acha sem lógica, simples assim!


Mas será que a vida tem que ter alguma lógica?!?!
Que mania! Porque ela quer ter respostas para tudo! Respostas para sua vida! Não é melhor ela parar de procurar e ir viver?