segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Gostinho de Infância


Hoje cedo li um texto do Rubem Alves que falava sobre goiabas, a fruta, tirada do pé com suas formas imperfeitas e macias, com cheiro suculento e seus bichinhos, ele comenta  que as frutas  vendidas aqui na cidade nem são goiabas, por que são duras ,não tem cheiro e nem bichos, pois  são tão ruins que nem eles as querem.
Isso me fez lembrar a minha infância de menina da cidade que pouco ia ao sitio, mais quando se deparava com um pé de goiaba era uma tremenda alegria, dois fatos “goiabísticos” esse texto me fez lembrar, um foi quando eu roubei goiaba em Goiás, deveria ter uns sete anos, foi  uma das minhas primeiras aventuras, gelo na barriga, escalar a arvore,que para uma menina urbana era quase impossível,  e depois comer todas as goiabas para minha mãe e tias não saber da traquinagem.
E o segundo era ficar com os meus primos dentro de um pneu de trator, comendo goiaba verde com sal, isso era uma delicia, como é bom lembrar-se desses fatos da infância.
O que é mais interessante é que eu saboreava as goiabas e nem se lembrava dos bichinhos, hoje em dia mal como goiaba por causa deles, uma espécie de raciocínio idiota adulto me fez prestar atenção nisso, por que já que o bicho da goiaba, nasceu na goiaba,  e só come goiaba ele deve ter gosto de goiaba não é?!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Um cantinho no caos

    Sai do trabalho sem vontade de voltar pra casa, caminhando pelo bairro sem pretensão de chegar a lugar algum, no máximo parar em um bom lugar pra tomar café no fim da caminhada, Mas, no meio do meu caminho existia um lugar um canto para ficar, sentar, meditar. Resolvi entrar nesse local, pessoas estavam mergulhadas na leitura ou  músicas que saiam de seus subjetivos fones de ouvido.  
Sentei em um canto bem escondido, longe de todos mas com ótima visão de tudo que se acontecia, observei que no meio do caos havia  algo que acolhe pessoas para uma tarde calma, com paredes cinzas e um pequeno jardim,  não coloquei meus fones para ouvir musica pois já  ouvia barulhos de pássaros, pássaros esses estranhos, me deparei com um ninho em cima de uma pilastra, aproximei curiosa e chequei me esticando e apoiando nas pontas dos pés que era ninhos de pomba, sim aqui em São Paulo é oque mais tem, e oque achei engraçado que desmistifiquei uma lenda de infância, sobre a existência de seus filhotes e além disso eles produzem sons talvez porque estavam com fome, mais um pio tão agudo,ritmado, tão bonitinhos.
Para aquela tarde que não esperava muita coisa ficar ali em um pseudo-jardim bucólico observando pássaros e pessoas em em uma caixa cinza de cimento foi uma ótima experiência.