quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Lívida

Lívia riu de mim logo quando nos conhecemos, normal ela ri de tudo de todos para todos, seu sorriso é quase uma defesa é quase desespero.
Ela me apareceu em uma noite, sorria é claro, em seu batom escuro e cheirava a caipirinha de limão.
Lívia dançou com todo mundo menos comigo, talvez eu não queria, mas eu a queria.
Outro dia chegou em minha casa parecia do avesso, e disse que ela era quem ela quisesse ser quando bem entendesse.
Me instigou, disse que me queria e ao mesmo tempo que não me queria, tirou algumas interrogações da minha vida, mas colocou outras, várias delas.
Me disse que eu não era o amor que ela queria ter, que no jogo da vida ela não quer jogar e ser café com leite, pediu para eu arrumar as minhas gavetas e tirar tudo que fazia peso e fosse desnecessário. Foi embora me deixando com uma sensação de alivio, culpa e solidão.